Módulo 8: Desenvolver a ética digital

Objetivo

O objetivo deste módulo é dotar os formadores dos conhecimentos essenciais e das ferramentas práticas para promover um comportamento digital ético em contextos educativos. Aborda os principais desafios, como a privacidade, o consentimento, a desinformação e a ética da IA. Ao promover o pensamento crítico e a consciência ética, permite aos formadores orientar os formandos para se tornarem cidadãos digitais responsáveis.

Resultados de aprendizagem

Após a conclusão deste módulo, os participantes adquirirão os conhecimentos e as aptidões a seguir indicados:

compreender os princípios fundamentais da ética digital, incluindo a privacidade, o consentimento, a justiça e a responsabilidade, e a sua aplicação em ambientes digitais;

reconhecer e analisar dilemas éticos relacionados com ferramentas digitais, interações online e tecnologias emergentes como a Inteligência Artificial (IA) e a análise de grandes volumes de dados;

aprender sobre quadros e normas globais, como o RGPD e as Diretrizes da UNESCO sobre Cidadania Digital, e as suas implicações para as práticas educativas;

identificar os potenciais riscos associados às plataformas digitais, como a desinformação, o cyberbullying e as violações de dados.

desenvolver estratégias para ensinar ética digital, promovendo o pensamento crítico, a tomada de decisões responsável e o respeito pelos outros nos espaços online;

conceber e implementar atividades interativas, incluindo estudos de casos e cenários de representação de papéis, para envolver os formandos em debates sobre questões éticas;

avaliar e ajustar as práticas e políticas da sala de aula para promover a utilização ética da tecnologia e das ferramentas digitais;

facilitar a criação de um código de conduta digital com os formandos, incentivando a responsabilidade coletiva e o respeito em ambientes online;

Ao atingir estes resultados de aprendizagem, os participantes estarão bem preparados para enfrentar os desafios éticos da era digital e orientar os seus formandos no sentido de se tornarem cidadãos digitais responsáveis e éticos.

Lista de tópicos

Este tópico introduz os princípios éticos fundamentais que orientam o comportamento responsável nos espaços digitais. Explora conceitos-chave como a privacidade, o consentimento, a justiça e a responsabilidade, realçando o seu papel na educação. Os formadores aprendem a promover uma cultura de respeito e cidadania digital ética, abordando desafios como a proteção de dados, a desinformação e as interações online.

Este tópico analisa os riscos e as melhores práticas associadas à proteção de dados e à cibersegurança em ambientes educativos. Disponibiliza aos formadores ferramentas para implementarem medidas de segurança fortes, protegerem as identidades digitais e orientarem os formandos na gestão das suas pegadas digitais.

Este tópico examina os dilemas éticos decorrentes dos avanços da IA, da vigilância digital e da automatização na educação. Os formadores aprendem a avaliar criticamente o impacte da tecnologia nos formandos e na sociedade, promovendo a inovação responsável.

Objetivo, conceitos-chave e aptidões a desenvolver

Ficará a conhecer os princípios fundamentais da ética digital, incluindo a privacidade, o consentimento, a justiça e a responsabilidade. Será capaz de identificar desafios éticos, avaliar riscos digitais e ensinar um comportamento responsável online. Desenvolverá as aptidões necessárias para promover a cidadania digital e apoiar os formandos na tomada de decisões éticas em ambientes digitais.

Guia de aprendizagem

Explore o módulo partindo de cenários da vida real e refletindo sobre os princípios éticos fundamentais. Envolva-se em estudos de caso, atividades de grupo e perguntas orientadas para aprofundar a sua compreensão e aplicar o conteúdo ao seu contexto educativo. Utilize as atividades sugeridas para a prática na sala de aula.

Estudo de caso motivador

Desenvolver um código de conduta digital

Na Drinkwater Elementary School, os alunos enfrentaram desafios com comportamentos digitais inadequados, como a partilha excessiva e comentários desrespeitosos. Inspirado pelo vídeo do YouTube “Drinkwater Elem Digital Code of Conduct: BE SMARTER”, um professor colaborou com os alunos para criar um Código de Conduta Digital. Esta iniciativa realçou o comportamento ético online, a comunicação respeitosa e a responsabilidade partilhada, promovendo um ambiente digital positivo.

Objetivo

Capacitar os formandos para:

  • comportamento digital ético e a comunicação respeitosa online;
  • colaborar no desenvolvimento de diretrizes para uma utilização responsável da tecnologia;
  • aplicar o pensamento crítico para resolver conflitos online e promover a cidadania digital.

Implementação

Os alunos participaram em debates, analisaram exemplos do vídeo e elaboraram regras de forma colaborativa. Através de atividades de grupo e reflexões, criaram um código significativo para garantir práticas digitais éticas.

Resultados esperados

  • Identificar e aplicar os princípios da conduta digital ética, incluindo a privacidade, a comunicação respeitosa e a responsabilidade nas interações online
  • Trabalhar em colaboração para criar um Código de Conduta Digital e avaliar criticamente cenários online para resolver conflitos e promover uma cidadania digital responsável
  • Demonstrar respeito e inclusão nas suas interações digitais, contribuindo para um ambiente online mais seguro e positivo

 Drinkwater Elem Digital Code of Conduct: BE SMARTER.

https://youtu.be/F_vxmpE0M7w?si=S9U0krkuQdyIAX6Q

Questões para reflexão:

  1. Se pudesse acrescentar mais uma orientação ao Código de Conduta Digital, qual seria e porquê?
  2. Como é que o processo de criação de um Código de Conduta Digital o ajudou a reconhecer a importância de um comportamento respeitoso e ético online?
  3. Que estratégias do Código de Conduta Digital aplicará pessoalmente nas suas interações diárias online e porquê?

Tópico 1 - Princípios éticos em ambientes digitais

Aprenderá sobre os princípios éticos fundamentais da privacidade, consentimento, justiça e responsabilidade em ambientes digitais. Será capaz de identificar desafios éticos, promover um comportamento responsável online e aplicar estes princípios para promover práticas digitais respeitosas e equitativas. No final deste tópico, compreenderá como estes princípios moldam a tomada de decisões digitais éticas e o seu impacte nas comunidades digitais.

Este tópico adota uma abordagem prática, orientando os formadores para a aplicação de princípios éticos em cenários da vida real. Através de atividades estruturadas, estudos de casos e debates reflexivos, os participantes irão explorar estratégias de ensino, conceber exercícios interativos e promover a responsabilidade digital de forma eficaz.

A privacidade em ambientes digitais é essencial para proteger as informações pessoais contra a utilização indevida. Nas escolas, significa salvaguardar os registos dos alunos, as comunicações digitais e outros dados sensíveis. O Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD) exige que as escolas garantam que os dados pessoais são recolhidos, armazenados e utilizados de forma responsável. Os formadores que pretendam reforçar a sua compreensão da privacidade digital na educação podem consultar o Quadro Europeu de Competências Digitais para Educadores (DigCompEdu), que fornece orientações sobre a forma como os formadores podem integrar os princípios da proteção de dados nas suas práticas de ensino digital. https://op.europa.eu/en/publication-detail/-/publication/fcc33b68-d581-11e7-a5b9-01aa75ed71a1/language-en)

Os formadores desempenham um papel crucial na manutenção da privacidade e segurança digitais. Podem proteger os dados dos formandos utilizando plataformas encriptadas, palavras-passe fortes e ferramentas de comunicação seguras. Além disso, é importante educar os formandos sobre as pegadas digitais, os vestígios que deixam online e que podem ter consequências a longo prazo. Uma ótima forma de promover a sensibilização para a privacidade é através de exemplos da vida real e de boas práticas. Por exemplo, os formadores podem orientar os formandos na análise das políticas de privacidade das aplicações mais utilizadas, utilizando a ferramenta 7 Best Practices for Student Data Security and Privacy Compliance, que oferece estratégias práticas para garantir a segurança online. https://innovaresip.com/student-data-privacy-best-practices/).

Objetivo: Compreender a importância da privacidade em ambientes digitais e analisar os riscos em contextos educativos.
Duração: 40 minutos
Materiais necessários: Um modelo de política de privacidade da escola (fornecido em anexo) e acesso aos recursos do RGPD.
Implementação:

  • Analisar a política de privacidade da escola com os formandos (ver o Anexo: Modelo de Política de Privacidade da Escola para o documento completo)
  • Analisar cenários em que os dados dos formandos possam ser comprometidos (e.g. partilha excessiva, plataformas não seguras)
  • Propor soluções para atenuar estes riscos

Resultados esperados::

  • Reconhecer os riscos para a privacidade e aprender estratégias para proteger os dados digitais

Trabalho de grupo: Decifrar a política de privacidade

Objetivo: Ensinar os formandos a analisar políticas de privacidade e a reconhecer práticas de recolha de dados.
Duração: 40 minutos
Materiais necessários: Excertos de políticas de privacidade reais (e.g. Google, TikTok, plataformas escolares).

Implementação:

  • Fornecer aos formandos secções de políticas de privacidade de diferentes plataformas
  • Pedir-lhes que identifiquem informações essenciais, tais como
  • Que dados são recolhidos?
  • Como são utilizados os dados?;
  • Quem tem acesso a estes dados?
  • Debater as razões pelas quais as empresas recolhem dados e como os formandos podem ajustar as definições para proteger a sua privacidade
  • Concluir com um debate conduzido pelos formandos sobre o seu nível de conforto com a recolha de dados e o que gostariam de ver alterado nas políticas de privacidade

Resultados esperados:

  • Desenvolver aptidões de leitura crítica para compreender as políticas de privacidade
  • Estar mais conscientes da forma como as empresas utilizam os dados pessoais e aprender a ajustar as definições de privacidade em conformidade

Consentimento e tomada de decisão informada

O consentimento garante que os indivíduos têm controlo sobre os seus dados, dando uma autorização explícita antes de estes serem recolhidos, partilhados ou utilizados. No setor da educação, o consentimento informado é particularmente importante quando se envolve os formandos em plataformas digitais, ferramentas de terceiros ou inquéritos online. Os formadores devem comunicar claramente aos pais e aos formandos as finalidades da recolha de dados e a forma como estes serão geridos.

A tomada de decisões informada vai além das obrigações legais; permite que os formandos compreendam os seus direitos e responsabilidades nas interações digitais. Por exemplo, devem estar cientes de que marcar alguém numa publicação nas redes sociais ou partilhar o projeto de um colega requer a sua aprovação explícita. Os formadores podem promover esta compreensão através de debates na aula e de cenários da vida real, ajudando-os a reconhecer a importância do consentimento para manter a confiança e o respeito nos espaços digitais. Para uma exploração mais aprofundada, o artigo Understanding Consent in a Digital Worldfornece https://saferinternet.org.uk/blog/understanding-consent-in-a-digital-world informações práticas sobre o conceito de consentimento digital e dá sugestões para preparar os formandos sobre a importância de práticas de partilha de dados informadas e respeitadoras.

Além disso, o recurso How to Practice Digital Consent Recursos como as https://nofiltr.org/resource/how-to-practice-digital-consent/  completo para formandos e formadores sobre como participar no consentimento digital de uma forma ponderada e responsável, abrangendo estratégias-chave para a aplicação dos princípios de consentimento em ambientes online.

Este princípio também se aplica a projetos de colaboração em que os dados são partilhados. Os formadores podem definir regras para obter o consentimento antes de publicar trabalhos de grupo ou apresentações multimédia. Ao promover a transparência, os formadores criam um ambiente em que os formandos se sentem confiantes quanto às suas escolhas e à segurança dos seus dados.

Debate em grupo: Explorar o consentimento digital

Objetivo: Ajudar os formandos a analisar a importância do consentimento informado nas interações digitais e a explorar estratégias éticas para a proteção de dados

Duração: 30-40 minutos
Material necessário: Estudo de caso impresso, sugestões para debate, flip chart ou bloco de notas

Implementação:

Apresentar várias questões para debate:

  • O que deve incluir uma política de consentimento clara?
  • Como é que as escolas podem educar os pais e os formandos sobre a recolha de dados?
  • Quais são os riscos se o consentimento não for obtido corretamente?
  • Os grupos discutem soluções e apresentam as suas recomendações à turma

Resultados esperados:

Atividade de aprendizagem entre pares: Luz vermelha, luz verde: edição de consentimento digital

Objetivo: Ajudar os formandos a distinguir entre práticas de partilha de dados aceitáveis e inaceitáveis
Duração: 30 minutos
Materiais: Cartões vermelhos e verdes (ou ferramentas de sondagem digital)

Implementação:

Resultados esperados:

  • Ser capaz de identificar situações em que é necessário o consentimento digital
  • Compreender que nem toda a partilha de dados é ética, mesmo que seja legal

Equidade e combate às desigualdades digitais

A equidade nos ambientes digitais foca-se em proporcionar um acesso equitativo à tecnologia, garantindo que todos os formandos, independentemente da sua origem socioeconómica, localização geográfica ou capacidade, tenham as mesmas oportunidades de sucesso. As desigualdades digitais manifestam-se de várias formas, como a falta de acesso à Internet, dispositivos insuficientes ou literacia digital limitada. A resolução destas desigualdades é essencial para criar experiências educativas inclusivas.

As escolas podem adotar estratégias como o empréstimo de dispositivos, a oferta de subsídios de Internet ou o fornecimento de materiais offline para garantir que todos os formandos possam participar na aprendizagem digital. Os formadores, por outro lado, devem conceber planos de aulas que respondam a diversas necessidades. Por exemplo, as tarefas não devem depender exclusivamente de recursos digitais se alguns formandos tiverem acesso limitado.

A equidade também se estende à utilização de ferramentas e tecnologias digitais. Os formadores devem avaliar o software e as plataformas educativas para detetar preconceitos que possam prejudicar determinados grupos. Por exemplo, os sistemas de classificação automatizados devem ser examinados para garantir que avaliam os formandos de forma equitativa. Ao promover a inclusão e atenuar os preconceitos, os formadores podem criar um ambiente de aprendizagem que reflete os valores da equidade e da justiça.

Além disso, a equidade envolve a sensibilização dos formandos para a utilização ética das ferramentas digitais. Os formadores podem orientar os formandos na análise do impacte social das tecnologias e incentivar debates sobre a forma como estas ferramentas podem ser concebidas para beneficiar todos os utilizadores, incluindo os grupos marginalizados.

Para mais apoio, visite Equitable Access Resources by Digital Promise, Recursos como as https://digitalpromise.org/digital-equity/  onde pode encontrar ferramentas práticas e orientações para os formadores garantirem a equidade na utilização das tecnologias educativas, ajudando a criar ambientes de aprendizagem digital mais inclusivos e acessíveis.

Responsabilidade nas práticas digitais

A responsabilização garante que os indivíduos e as organizações assumem a responsabilidade pelas suas ações em ambientes digitais, promovendo a confiança, a transparência e o comportamento ético. Em contextos educativos, inclui a adesão a diretrizes éticas, o tratamento da má conduta online e a promoção de uma utilização responsável das ferramentas digitais.

Os formadores desempenham um papel crucial no estabelecimento da responsabilidade. Ao modelarem práticas éticas, como o respeito pela privacidade dos formandos, a obtenção de consentimento e a utilização responsável de ferramentas digitais, estabelecem as bases para uma cultura online respeitadora. Além disso, as escolas devem implementar políticas claras que definam os comportamentos aceitáveis, as consequências das infrações e os mecanismos de comunicação de problemas como o cyberbullying ou conteúdos inadequados. Estas diretrizes fornecem um quadro para a manutenção de um ambiente digital seguro e ético. Para mais orientações, use o Digital Citizenship Education Handbook which is available at https://rm.coe.int/digital-citizenship-education-handbook/168093586f  que oferece ferramentas e estratégias práticas para apoiar um comportamento digital ético nas escolas.

Students also have an important role in maintaining accountability. By participating in the creation of a classroom code of conduct, students gain a sense of ownership and responsibility. This code can include rules for respectful communication, proper use of digital tools, and appropriate online collaboration. Through this collaborative process, students learn to take responsibility for their actions and understand the impact of their behaviour on others.

Os motivos comuns subjacentes à manipulação dos media incluem:

Os formandos também têm um papel importante na manutenção da responsabilidade. Ao participarem na criação de um código de conduta na sala de aula, adquirem um sentido de propriedade e responsabilidade. Este código pode incluir regras de comunicação respeitosa, utilização correta de ferramentas digitais e colaboração online adequada. Através deste processo de colaboração, os formandos aprendem a assumir a responsabilidade pelas suas ações e a compreender o impacte do seu comportamento nos outros. Ao nível institucional, as escolas devem alargar a responsabilidade à adoção e utilização das tecnologias digitais. Devem ser realizadas auditorias regulares para garantir o cumprimento das normas éticas e a proteção da privacidade dos dados. As escolas devem também estabelecer mecanismos de feedback para responder às preocupações dos formandos, pais e formadores. Estas práticas reforçam uma cultura de confiança e de melhoria contínua. Recursos como as https://www.iiep.unesco.org/en/projects/digital-tools-promote-transparency disponibilizam estratégias e exemplos para melhorar a responsabilidade através da tecnologia.

Finalmente, os formadores podem aumentar a responsabilidade incorporando exemplos reais da sua presença - ou ausência - em ambientes digitais. A análise de estudos de casos de violações de dados ou de má conduta online permite aos formandos avaliar criticamente as ações, identificar lapsos éticos e propor estratégias para evitar problemas semelhantes. Esta abordagem não só fomenta a consciência ética, como também capacita os formandos para navegarem nos espaços digitais de forma responsável

Atividades

Atividade baseada em projetos: Tecnologia para o bem - Criar ferramentas inclusivas

Objetivo: Incentivar os formandos a refletir criticamente sobre a criação de ferramentas digitais justas

Duração: 45 minutos

Materiais necessários: Folhas de brainstorming ou quadros brancos digitais.

Implementação:

Resultados esperados:

  • Aplicar princípios de equidade digital na conceção de tecnologias
  • Considerar a acessibilidade e a equidade nas ferramentas educativas

Atividade baseada em cenários: Sonhos desconectados

Objetivo: Ajudar os formandos a compreender o impacte das desigualdades digitais e a explorar possíveis soluções
Duração: 40 minutos
Materiais necessários: Cenário fictício de um aluno que enfrenta desafios de acesso digital.

Implementação:

  • Dividir os formandos em pequenos grupos de debate
  • Apresentar o seguinte cenário:
  • a Maria é uma estudante do ensino secundário numa cidade rural com acesso pouco fiável à Internet. A sua escola exige trabalhos e projetos de grupo online, pressupondo que todos os formandos têm acesso constante à Internet. A Maria só consegue aceder à Internet algumas vezes por semana, num centro comunitário a 10 quilómetros de distância. Tem dificuldade em participar em projetos de grupo e a entregar os trabalhos a tempo, o que afeta as suas notas e a sua confiança.
  • Os grupos analisam os desafios que Maria enfrenta e discutem-nos:
  • Como é que as desigualdades digitais afetam alunos como a Maria?
  • Que soluções poderia a escola implementar para apoiar os alunos com acesso limitado à Internet?
  • Que estratégias de aprendizagem alternativas poderiam os seus professores adotar para tornar a aprendizagem mais justa?
  • Cada grupo apresenta as soluções propostas
  • Organizar um debate com toda a turma sobre formas práticas de colmatar o fosso digital

Resultados esperados:

  • Reconhecer como as desigualdades digitais afetam o desempenho académico
  • Debater soluções realistas para que as escolas e as comunidades possam garantir um acesso digital justo
  • Desenvolver pensamento crítico e a empatia explorando as perspetivas dos formandos com recursos limitados

Estudo de caso: a publicação viral – um debate sobre ética digital

Objetivo: Ajudar os formandos a avaliar a privacidade, o consentimento, a justiça e a responsabilidade nas interações online
Duração: 45 minutos

Materiais: Acesso à Internet, fichas de trabalho sobre dilemas éticos, diretrizes sobre ética digital.

Implementação:

  • Apresentar o cenário:

o Alex, um estudante, publica nas redes sociais uma fotografia do seu colega Tomás num evento de uma escola privada sem autorização. A publicação torna-se viral, atraindo atenções positivas e negativas. A escola envolve-se, levantando questões éticas sobre privacidade, responsabilidade digital e prestação de contas.

  • Dividir os formandos em pequenos grupos para debaterem:

O Alex violou a privacidade de Tomás?

Como é que a responsabilidade deve ser tratada nesta situação?

Que medidas poderia Alex ter tomado para promover a causa de Tomás de forma ética?

Como é que as escolas devem abordar as questões do consentimento e da privacidade nos espaços digitais?

  • Cada grupo apresenta a sua análise e as soluções sugeridas
  • A turma discute as melhores práticas para um comportamento digital responsável
  • Os formandos elaboram uma lista de regras de consentimento digital e de responsabilidade a aplicar nas suas próprias interações digitais

Resultados esperados:

  • Reconhecer as violações de privacidade e de consentimento em cenários do mundo real
  • Desenvolver soluções para um comportamento digital ético
  • Compreender como a responsabilidade se aplica nos espaços online
  • Propor medidas preventivas para interações digitais responsáveis

Exemplos

Trabalho de grupo: Código de conduta digital - Criar regras de responsabilização na sala de aula

Objetivo: Envolver os formandos no desenvolvimento de regras para um comportamento digital responsável
Duração: 45 minutos
Materiais necessários: Papel de carta ou ferramentas de colaboração digital (Google Docs, Padlet)

  • Começar com um debate:
  • O que significa a responsabilidade nos espaços digitais?
  • Quais são os exemplos de comportamentos éticos e não éticos online?
  • Pedir aos formandos que trabalhem em pequenos grupos para redigir secções de um código de conduta digital da sala de aula, abrangendo:
  • comunicação respeitadora nos debates online
  • consequências do plágio ou da desinformação
  • utilização correta das ferramentas e recursos digitais
  • Os grupos apresentam as suas regras e a turma finaliza um código acordado.
  • Assumir a responsabilidade digital através da definição de diretrizes de responsabilização
  • Desenvolver uma compreensão clara do comportamento digital ético

Debate em grupo: o correio anónimo

Objetivo: Ensinar aos formandos as consequências do anonimato e da responsabilidade online
Duração: 30 minutos
Materiais necessários: Cenário fictício de cyberbullying

Implementação:

  • Apresentar o cenário: um aluno recebe uma mensagem anónima e ofensiva numa plataforma da escola e o remetente acredita que não será apanhado por ser anónimo. A vítima denuncia o facto ao professor, mas não há forma clara de o localizar.
  • Em grupos, os formandos debatem:
  • Deve ser permitida a publicação anónima?
  • Como é que as escolas podem equilibrar a privacidade com a responsabilidade?
  • Que medidas podem os formandos tomar se testemunharem o bullying online?
  • Os grupos apresentam as suas soluções e debatem a forma como as escolas podem prevenir o cyberbullying, assegurando simultaneamente políticas digitais justas.

Resultados esperados:

  • Compreender como o anonimato afeta a responsabilidade
  • Explorar formas éticas de denunciar condutas incorretas

Tópico 2 - Privacidade dos dados e segurança online

Aprenderá os fundamentos da privacidade dos dados e da segurança online, concentrando-se na identificação e atenuação dos riscos de cibersegurança, na implementação das melhores práticas de proteção de dados e na compreensão do impacte das pegadas digitais. Desenvolverá aptidões para ensinar hábitos online seguros, avaliar ferramentas de privacidade e ajudar os formandos a gerir a sua presença digital de forma responsável. Ao dominar estes conceitos, estará a promover uma cultura de segurança e responsabilidade nos espaços digitais.

O processo de aprendizagem de privacidade de dados e segurança online adota uma abordagem prática e reflexiva para capacitar os formadores e os formandos a navegarem no mundo digital em segurança. Este guia está estruturado de forma a garantir que os participantes desenvolvem uma compreensão prática dos riscos de cibersegurança, das práticas de proteção de dados e da gestão das pegadas digitais.

Compreender os riscos de cibersegurança

As ameaças à cibersegurança são uma preocupação crescente nas escolas, onde os dados dos formandos e dos formadores têm de ser protegidos contra ciberataques. Alguns dos riscos mais comuns incluem ataques de phishing, em que os hackers enviam e-mails falsos para roubar informações pessoais, e malware, que pode danificar ficheiros e sistemas. O ransomware é outra ameaça grave que bloqueia os dados escolares e exige um pagamento para a sua libertação, enquanto as palavras-passe fracas facilitam o acesso dos cibercriminosos às contas. Uma análise mais pormenorizada destes riscos de cibersegurança e do seu impacte na educação pode ser encontrada em https://nordlayer.com/blog/cybersecurity-challenges-in-education/ ).

Para reduzir estes riscos, as escolas devem seguir práticas sólidas de cibersegurança, como manter o software atualizado, utilizar a autenticação multifactor para proteger as contas e ensinar os formandos a reconhecer potenciais ameaças cibernéticas. Os formadores devem também incluir a sensibilização para a cibersegurança nas suas aulas, utilizando cenários da vida real e atividades interativas. Por exemplo, os formandos podem receber exemplos de e-mails de phishing e ser-lhes pedido que identifiquem pormenores suspeitos, como hiperligações invulgares ou linguagem urgente.

Outra forma de aumentar a sensibilização é mostrar vídeos educativos sobre as melhores práticas de cibersegurança. O vídeo https://youtu.be/JpfEBQn2CjM?si=1133pS0wL_gGXFfi ” é um ótimo ponto de partida, demonstrando estratégias práticas para se manter seguro online. Ao tornar a educação sobre cibersegurança uma parte rotineira da aprendizagem digital, as escolas podem equipar os formandos com as aptidões necessárias para navegar nos espaços online de forma segura e responsável.

Boas práticas de proteção de dados

A proteção de dados em ambientes educativos envolve a salvaguarda de informações pessoais e institucionais contra perda, roubo ou utilização indevida. Requer a adesão às leis de proteção de dados, como o Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD), que exige práticas transparentes de tratamento de dados. As escolas devem garantir que apenas os dados necessários são recolhidos, armazenados de forma segura e acedidos por pessoal autorizado.

Os formadores desempenham um papel fundamental na promoção da proteção de dados, modelando comportamentos responsáveis. Inclui a utilização de ferramentas de comunicação encriptadas, a minimização da partilha desnecessária de dados e o armazenamento seguro de informações sensíveis. Por exemplo, quando atribuem projetos digitais, os formadores podem utilizar plataformas com políticas de privacidade sólidas para proteger as submissões dos formandos.

Os formadores devem também incorporar lições sobre proteção de dados nas suas práticas de ensino. Os formandos podem ser ensinados a criar palavras-passe fortes e únicas, a reconhecer atividades suspeitas e a utilizar as definições de privacidade nas plataformas digitais. Ao integrar estas lições no seu currículo, as escolas promovem uma cultura em que a proteção de dados se torna uma responsabilidade partilhada. Para uma compreensão mais aprofundada da forma como a proteção de dados pode ser eficazmente implementada nas escolas, pode ver Data Protection in Schools – Compliance is a Culture, at  https://youtu.be/klgfbIW_3Fw?si=pR_L1y4hgUzlLwSS , que descreve estratégias práticas para promover uma cultura de conformidade e confiança.

Ao nível institucional, as escolas podem realizar auditorias de segurança regulares para avaliar a eficácia das suas medidas de proteção de dados. Isto garante a conformidade com as normas legais e cria confiança entre formandos, pais e funcionários. Além disso, o desenvolvimento profissional contínuo dos formadores em matéria de proteção de dados garante que se mantêm atualizados sobre as melhores práticas e tecnologias mais recentes.

Pegadas digitais e as suas implicações a longo prazo

Uma pegada digital é o registo das atividades online de um indivíduo, incluindo publicações nas redes sociais, visitas a sites e e-mails. Estes vestígios podem ser analisados, partilhados ou explorados, deixando frequentemente uma marca permanente que pode afetar oportunidades futuras. Para os formandos, é crucial compreender as suas pegadas digitais, uma vez que interações online aparentemente inofensivas podem ter consequências duradouras.

Os formadores têm a responsabilidade de ensinar aos formandos as implicações das suas pegadas digitais. Inclui ajudá-los a compreender como os seus comportamentos online refletem as suas identidades pessoais e profissionais. Por exemplo, a publicação de um aluno nas redes sociais pode ter impacte nas suas hipóteses de ser admitido numa universidade ou de conseguir um emprego.

As lições práticas sobre a gestão das pegadas digitais podem incluir a revisão das definições de privacidade nas plataformas das redes sociais, evitando a partilha excessiva e avaliando a credibilidade dos sites com que se envolvem. Os formadores podem também apresentar estudos de casos de indivíduos cujas pegadas digitais influenciaram negativa ou positivamente as suas vidas, ilustrando a importância da gestão da reputação online. 

Ao encorajar práticas de reflexão, como questionar a adequação de uma publicação antes de a partilhar, os formadores ajudam os formandos a desenvolver aptidões de pensamento crítico para gerir as suas identidades digitais. Estas lições estendem-se para além da sala de aula, equipando os formandos com as ferramentas necessárias para navegarem nos espaços digitais de forma responsável.

Atividades

Atividade de dramatização: Identificar ataques de phishing

Objetivo: Ensinar as melhores práticas de cibersegurança através da representação de cenários de phishing do mundo real
Duração: 30-40 minutos
Materiais necessários: Exemplo de e-mail de phishing impresso, descrições de papéis, sugestões para debate.

Implementação:

Apresentar o cenário:

  • Um aluno recebe um e-mail disfarçado de anúncio da escola, solicitando credenciais de início de sessão para uma “atualização obrigatória do Sistema”
  • O e-mail parece legítimo, com o logótipo da escola e linguagem urgente, mas contém ligações suspeitas

Atribuir papéis:

  • Aluno: decide se confia no e-mail ou se o denuncia
  • Burlão: tenta persuadir o aluno a clicar na ligação e a introduzir os dados de início de sessão
  • Especialista em informática: explica como detetar tentativas de phishing e tomar medidas preventivas

Iniciar um exercício de representação:

  • Os grupos encenam o cenário, demonstrando táticas e respostas comuns de phishing
  • Os participantes identificam sinais de alerta e discutem ações alternativas que o aluno pode tomar.

Conclusão e debate:

  • Como é que os formandos podem identificar e-mails de phishing?
  • Que medidas de segurança podem as escolas implementar para evitar ciberataques?
  • O que devem os formandos fazer se clicarem acidentalmente numa ligação maliciosa?

Resultados esperados:

  • Reconhecer tentativas de phishing identificando sinais de aviso em e-mails e mensagens
  • Compreender a importância de comunicar as ciberameaças aos departamentos de informática das escolas
  • Desenvolver a sensibilização para a cibersegurança para evitar fraudes e ataques online
  • Aprender as melhores práticas para proteger informações digitais pessoais e relacionadas com a escola

Debate em grupo - ameaças à cibersegurança: O que é que faria?

Objetivo: Ajudar os formandos a reconhecer as ameaças à cibersegurança e a debater soluções Duração: 40 minutos
Materiais necessários: Estudos de casos ou incidentes reais de cibersegurança nas escolas

Implementação:

  • Dividir os formandos em pequenos grupos de debate
  • Apresentar a cada grupo um cenário diferente de ameaça à cibersegurança, por exemplo:
  • Um aluno recebe um e-mail suspeito de um remetente desconhecido que lhe pede para redefinir a sua palavra-passe
  • O computador de um professor é infetado com ransomware, bloqueando o acesso aos planos de aula
  • A rede Wi-Fi de uma escola é pirateada, expondo as credenciais de início de sessão dos formandos.
  • Cada grupo discute:
  • Quais são os riscos potenciais?
  • Que medidas devem ser tomadas imediatamente?
  • Como é que o ataque poderia ter sido evitado?
  • Os grupos apresentam as suas soluções, seguidas de um debate na turma
  • Resultados esperados:
    • Reconhecer os riscos comuns de cibersegurança na educação

Atividade baseada num cenário: Ciberataque na escola!

Objetivo: Formar os formandos para responderem a incidentes de cibersegurança em tempo real
Duração: 45 minutos
Materiais necessários: Um cenário fictício de ciberataque que afeta uma escola

Implementação:

  • Apresentar o seguinte cenário:
  • O sistema de classificação da escola foi pirateado e os dados dos formandos foram expostos
  • O departamento de informática detetou malware em vários computadores da escola
  • As informações pessoais de um estudante foram divulgadas devido a uma fraca segurança das palavras-passe
  • Dividir os formandos em equipas de resposta à crise:
  • Equipa de segurança informática: investiga a violação
  • Administração escolar: comunica com professores, formandos e pais
  • Formandos afetados: reagem ao facto de os seus dados terem sido expostos
  • Cada equipa desenvolve um plano de resposta e apresenta a sua solução à turma.

Resultados esperados:

  • Adquirir conhecimentos sobre as ameaças à cibersegurança no mundo real
  • Desenvolver capacidades de resolução rápida de problemas para gerir crises digitais

Tarefa individual: Proteção de dados pessoais

Objetivo: Desenvolver aptidões para a proteção de dados pessoais através da avaliação de cenários reais e da proposta de soluções
Duração: 30-40 minutos
Materiais necessários: Ficha de trabalho com cenários de segurança de dados

Cenário 1: O dilema da palavra-passe fraca

Situação:
A Emma, uma estudante do ensino secundário, utiliza a mesma palavra-passe “Ema123” para todas as suas contas, incluindo o portal da escola, as redes sociais e o correio eletrónico. Um dia, recebe uma notificação de que alguém tentou iniciar sessão no seu correio eletrónico a partir de um local desconhecido. Começa a preocupar-se com o facto de a sua conta ter sido comprometida.

Tarefa:

  • Identificar por que razão a palavra-passe da Ema é fraca e quais os riscos que corre
  • Propor uma palavra-passe mais forte e explicar porque é que é mais segura
  • Sugerir as melhores práticas para gerir as palavras-passe de forma segura

Cenário 2: Correio eletrónico suspeito de um “Professor”

Situação:
O David recebe um e-mail que parece ser do seu professor, pedindo-lhe que clique numa ligação para atualizar a palavra-passe da sua conta de estudante. O e-mail inclui um logótipo da escola e linguagem urgente:
“A tua conta será bloqueada dentro de 24 horas se não atualizares a tua palavra-passe imediatamente!”

O David não tem a certeza se se trata de um pedido legítimo ou de um esquema de phishing.

Tarefa:

  • Identificar os sinais de aviso de que pode tratar-se de uma tentativa de phishing
  • Explicar que ação David deve tomar para verificar a autenticidade do e-mail
  • Enumerar os passos para evitar cair em esquemas de phishing no futuro

Cenário 3: Wi-Fi público e informações pessoais

Situação:
A Sofia está num café a trabalhar num projeto escolar. Liga-se à rede Wi-Fi pública gratuita e inicia sessão no seu correio eletrónico e na plataforma da escola. De seguida, repara num alerta que diz:
“A sua ligação pode não ser segura. Alguém pode conseguir ver as suas informações”.

Ela não tem a certeza de que os seus dados pessoais estejam em risco.

Tarefa:

  • Explicar os riscos da utilização de Wi-Fi público para iniciar sessão em contas pessoais
  • Propor soluções que possam ajudar a Sofia a proteger os seus dados quando utiliza redes públicas
  • Identificar alternativas seguras para aceder a informações sensíveis em movimento

Resultados esperados:

  • Saber como criar palavras-passe fortes e geri-las de forma segura
  • Aprender a reconhecer as tentativas de phishing e a evitar as burlas online
  • Desenvolver estratégias para proteger os seus dados em redes públicas

Exemplos

Proteger os dados dos formandos numa plataforma online

Uma escola adota uma plataforma online para trabalhos e notas, mas a conta de um aluno é comprometida devido a phishing, expondo dados pessoais. Ao reconhecer o problema, um formador colabora com a equipa de informática para resolver as vulnerabilidades. Lançam uma campanha de cibersegurança para educar os formandos sobre práticas seguras.

Objetivo

  • Ensinar os formandos
  • a identificar e evitar o phishing;
  • a importância das palavras-passe fortes e da autenticação multifator;
  • quais as melhores práticas para a proteção de informações pessoais.

Implementação

Os formadores organizam workshops sobre cibersegurança, os formandos criam materiais educativos e todas as contas adotam medidas de segurança mais rigorosas. Testes simulados de phishing avaliam a sensibilização e inquéritos avaliam os resultados de aprendizagem.

Resultados

Uma maior sensibilização para a cibersegurança, dados protegidos e responsabilidade colaborativa garantem um ambiente online seguro.

Questões para reflexão:

Porque é importante que os formandos e os formadores assumam uma responsabilidade partilhada na manutenção da cibersegurança num ambiente de aprendizagem online?

Debate em grupo – “Porque é que a proteção de dados é importante?” - Compreender os riscos

Objetivo: Ajudar os formandos e formadores a compreender porque é que a proteção de dados é essencial em ambientes educativos
Duração: 40 minutos
Materiais necessários: Exemplos reais de violações de dados em escolas ou setores educativos

Implementação:

  • Dividir os formandos em pequenos grupos e fornecer a cada grupo um estudo de caso de violação de dados. Por exemplo:
  • o sistema de notas de uma escola é pirateado, o que provoca a fuga de registos pessoais dos formandos;
  • a conta de correio eletrónico de um formador é comprometida, expondo comunicações privadas dos formandos;
  • um aluno partilha, sem saber, documentos escolares sensíveis numa plataforma pública.
  • Os grupos analisam os riscos, as consequências e as medidas evitáveis para cada caso.
  • Cada grupo apresenta as suas ideias, seguidas de um debate na turma sobre a importância das práticas de segurança dos dados.

Resultados esperados:

  • Compreender os riscos reais de uma proteção de dados deficiente;
  • Aprender medidas preventivas para salvaguardar os dados pessoais e institucionais

Atividade de dramatização: “O sistema escolar pirateado”

Objetivo: Ensinar aos formandos como responder a uma violação de dados de forma responsável.
Duração: 45 minutos
Materiais necessários: Um cenário fictício que descreve uma violação de dados numa escola.

Implementação:

  • Apresentar o cenário:
  • um ataque informático expõe os registos dos formandos, incluindo nomes, moradas e notas;
  • a equipa de informática da escola suspeita de palavras-passe fracas ou de um ataque de phishing;
  • o diretor deve comunicar a infração aos pais e aos formandos.
  • Atribuir papéis:
  • equipa de informática: investiga a violação;
  • administração escolar: gere a comunicação;
  • formandos e pais: reagem às notícias.
  • Os grupos desenvolvem um plano de resposta a incidentes, abordando:
  • Que ações imediatas devem ser tomadas?
  • Como é que a escola deve informar os formandos e os pais?
  • Que políticas devem ser alteradas para evitar futuros ataques?

Resultados esperados:

  • Compreender a forma como as instituições respondem a violações de dados
  • Aprendem a importância de medidas de segurança fortes e da comunicação
  1. Estudo de caso: O impacto das pegadas digitais nas oportunidades futuras

Objetivo: Ajudar os participantes a compreender como as atividades online moldam as suas oportunidades futuras e a desenvolver estratégias para gerir as suas identidades digitais de forma responsável.
Duração: 40 minutos

Materiais necessários:

  • Exemplos reais ou fictícios de publicações nas redes sociais que influenciaram as carreiras de indivíduos (tanto positiva como negativamente)
  • Sugestões de debate sobre a gestão da reputação digital
  • Papel quadriculado ou ferramentas de colaboração digital para debater soluções

Cenário: Uma publicação viral nas redes sociais com consequências inesperadas

Situação:
O Alex, um estudante universitário, tem publicado ativamente nas redes sociais há anos. Recentemente, um tweet que fez há dois anos - contendo uma piada ofensiva - veio à tona e tornou-se viral. A empresa onde se candidatou a um estágio revogou a sua oferta, alegando preocupações com o profissionalismo.

Ao mesmo tempo, outra estudante, a Emília, ganhou atenção pelo seu trabalho voluntário bem documentado e pela sua liderança em projetos online. Quando se candidatou a um estágio semelhante, a empresa apercebeu-se da sua presença online positiva e contactou-a com uma oferta. Ambos os casos realçam a forma como as pegadas digitais podem afetar as oportunidades de carreira, quer positiva quer negativamente.

Implementação:

  • Discuta as consequências da partilha excessiva de informação online.
  • Analise a situação do Alex:
  • Como é que a sua atividade online passada afetou o seu futuro profissional?
  • Poderia ter evitado este desfecho?
  • Comparem-no com o caso da Emília:
  • Como é que a sua pegada digital melhorou as suas perspetivas de carreira?
  • Que tipos de conteúdos contribuem para uma presença positiva online?
  • Avaliar as pegadas digitais pessoais
  • Os participantes pesquisam o seu próprio nome na Internet (se se sentirem à vontade) para ver o que aparece
  • Discuta que tipo de conteúdo pode ser preocupante para futuros empregadores
  • Identifique erros comuns que podem prejudicar uma reputação digital
  • Propor estratégias para gerir as pegadas digitais
  • Elaborar uma lista de verificação para uma utilização responsável das redes sociais
  • Debater as definições de privacidade e a forma de selecionar conteúdos que reflitam objetivos profissionais
  • Criar uma lista de atividades de envolvimento digital positivas,
  • tais como criar ligações profissionais no LinkedIn;
  • mostrar aptidões ou envolvimento na comunidade;
  • envolver-se em debates em vez de temas controversos
  • Apresentações em grupo e debate com toda a turma
  • Cada grupo apresenta as suas três principais estratégias de gestão da pegada digital
  • Debater a forma como os empregadores, as universidades e os júris de bolsas de estudo utilizam as pesquisas online para avaliar os candidatos.

Resultados esperados:

  • Reconhecer o impacte a longo prazo da sua presença digital nas oportunidades profissionais e académicas
  • Desenvolver estratégias para criar uma identidade profissional e positiva online
  • Aprender a distinguir entre conteúdos privados e públicos online, assegurando uma utilização responsável das redes sociais

Trabalho de grupo: linha cronológica da pegada digital

Objetivo: Ajudar os formandos a visualizar o impacte a longo prazo das suas ações digitais.
Duração: 30 minutos
Materiais necessários: Folhas de papel grandes 

Implementação:

  • Em grupos, os formandos criam uma cronologia da vida digital de um indivíduo, desde a infância até à idade adulta, incluindo:
  • primeiras atividades online (primeira conta nas redes sociais, perfis de jogos, projetos escolares);
  • a adolescência (partilha de memes, participação em debates online, publicação de fotografias);
  • idade adulta (candidaturas a emprego, utilização profissional das redes sociais).
  • Perguntas para refletir:
  • Que ações podem ajudar ou prejudicar as suas oportunidades futuras?
  • Que medidas podem tomar para gerir ou melhorar a sua pegada digital?
  • Os grupos apresentam os seus cronogramas e discutem estratégias para manter uma presença digital positiva.

Resultados esperados:

  • Reconhecer como as pegadas digitais se acumulam ao longo do tempo
  • Aprender estratégias para proteger e gerir a sua identidade online

Tópico 3 - Desafios éticos nas tecnologias emergentes

Aprenderá sobre os desafios éticos colocados pelas tecnologias emergentes, centrando-se na compreensão da ética da IA, na abordagem do preconceito algorítmico e no equilíbrio entre vigilância e privacidade. Desenvolverá aptidões para avaliar de forma crítica as implicações sociais da tecnologia, conceber atividades que promovam a consciência ética e orientar os formandos na navegação responsável pela inovação tecnológica. Ao dominar estes conceitos, promoverá a equidade, a responsabilidade e a inclusão em ambientes digitais.

Irá explorar os desafios éticos das tecnologias emergentes através de uma abordagem estruturada e orientada para a prática. Este percurso de aprendizagem centra-se na compreensão das implicações éticas da IA, abordando o preconceito algorítmico e equilibrando a vigilância com a privacidade. Através de debates, atividades práticas e exercícios de reflexão, desenvolverá estratégias para avaliar e ensinar a utilização responsável da tecnologia. Ao dominar estas aptidões, irá capacitar os formandos para navegar nos avanços tecnológicos de forma ética e inclusiva.

Ética da IA e preconceitos algorítmicos

A IA está a tornar-se mais comum na formação, ajudando a automatizar as classificações, a acompanhar o progresso dos formandos e a personalizar a aprendizagem. No entanto, estes sistemas dependem de dados e, se os dados contiverem preconceitos, a IA pode produzir resultados injustos. Por exemplo, um sistema de classificação de IA treinado principalmente em ensaios de falantes nativos de inglês pode baixar as notas de formandos multilingues, mesmo que os seus argumentos estejam bem estruturados. Do mesmo modo, as ferramentas de aconselhamento profissional baseadas em IA podem sugerir carreiras STEM principalmente a estudantes do sexo masculino, refletindo os preconceitos existentes na sociedade e não o potencial individual dos estudantes.

Nas salas de formação, a IA deve apoiar a tomada de decisões justas em vez de reforçar as desigualdades. Os formadores devem avaliar criticamente as ferramentas baseadas em IA antes de as integrarem nas aulas, assegurando que estes sistemas são transparentes e utilizados juntamente com o julgamento humano. Os formandos devem também aprender a reconhecer e a desafiar os preconceitos algorítmicos para se tornarem cidadãos digitais responsáveis. A aplicação deste tópico na sala de formação pode incluir exercícios em que os formandos comparam decisões geradas por IA e decisões tomadas por humanos para avaliar a equidade.

Para mais informações sobre o preconceito da IA na educação, ver:

„Mesterséges intelligencia az iskolákban: előnyök és hátrányok” – Illinoisi Egyetem: https://education.illinois.edu/about/news-events/news/article/2024/10/24/ai-in-schools–pros-and-cons#:~:text=Concerns%20with%20AI%20in%20education,maintaining%20AI%20technologies%20in%20schools.

Simulação de classificação por IA - justa ou tendenciosa?

Objetivo: Ajudar os formandos a compreender como funciona a classificação por IA e como os preconceitos afetam a justiça.

Implementação:

O formador apresenta um caso real em que se verificou que um sistema de classificação de IA era tendencioso, explicando como a IA avalia os ensaios de forma diferente dos formadores humanos.

Os formandos recebem três exemplos de ensaios classificados pela IA, juntamente com uma grelha de avaliação do professor. Comparam as pontuações da IA com as suas próprias avaliações, assinalando as diferenças nos critérios de classificação e na justiça.

egue-se um debate, em que os formandos analisam por que razão a IA pode favorecer ensaios mais longos,

como a escolha de palavras ou a complexidade gramatical afetam a classificação da IA e que critérios devem ser incluídos para garantir uma avaliação mais justa da IA.

Resultado esperado: Desenvolver aptidões de pensamento crítico sobre a equidade na IA e compreender as implicações da parcialidade algorítmica

Debate em grupo: Quem é o responsável? Tomada de decisões éticas em IA

Objetivo: Ajudar os formandos a analisar quem é responsável quando os sistemas de IA produzem resultados tendenciosos ou injustos
Duração: 40 minutos
Materiais necessários: Estudos de caso de dilemas éticos relacionados com a IA (e.g. classificação tendenciosa, reconhecimento facial nas escolas)

Implementação:

  • Dividir os formandos em pequenos grupos de debate
  • Disponibilizar casos reais de preconceitos de IA, tais como:
  • Uma ferramenta de classificação alimentada por IA que atribui sistematicamente notas mais baixas a trabalhos de falantes não nativos de inglês do que a trabalhos de falantes nativos
  • Um sistema de reconhecimento facial de uma escola que assinala incorretamente os formandos de minorias como visitantes “não autorizados”
  • Uma ferramenta de IA de orientação profissional que recomenda as áreas STEM principalmente aos estudantes do sexo masculino e as humanidades às estudantes do sexo feminino
  • Os grupos debatem:
  • Quem é responsável por estes preconceitos?
  • Como é que os criadores de IA, os formadores ou os decisores políticos podem evitar estes problemas?
  • Que ações devem ser tomadas para garantir a equidade?
  • Os grupos apresentam as suas conclusões, seguidas de um debate com toda a turma sobre a responsabilidade na ética da IA

Resultados esperados:

  • Compreender como os preconceitos algorítmicos afetam as decisões no mundo real
  • Desenvolver aptidões de pensamento crítico sobre a implementação ética da IA

Equilíbrio entre vigilância e privacidade

Muitas escolas estão a introduzir tecnologias de monitorização dos formandos, como o reconhecimento facial para controlo da assiduidade, ferramentas de controlo de exames baseadas em IA e câmaras de vigilância nas salas de aula. Embora estas tecnologias tenham como objetivo aumentar a segurança, também levantam sérias preocupações em termos de privacidade. Alguns estudantes sentem-se desconfortáveis com a vigilância constante, enquanto outros preocupam-se com a forma como os seus dados pessoais são armazenados e utilizados.

As escolas têm de encontrar um equilíbrio entre segurança e privacidade, assegurando que os formandos compreendem porque é que os dados estão a ser recolhidos e como são protegidos. A implementação de políticas éticas de recolha de dados, a informação dos formandos e dos pais sobre as implicações da privacidade e o seu envolvimento nos debates sobre as políticas de vigilância das escolas são passos essenciais para promover a transparência. Um debate pormenorizado sobre o impacte da vigilância da EdTech pode ser explorado no vídeo : https://youtu.be/mAy2kMTsOXM?si=_cpZXUQbF4-1UjYd.

Ao integrar atividades como debates, estudos de casos e inquéritos a toda a escola, os formandos podem expressar as suas opiniões, avaliar criticamente os sistemas de monitorização e contribuir para as decisões políticas que afetam o seu ambiente educativo.

Estudo de caso 1: Segurança versus Privacidade - onde devemos traçar uma linha separadora?

Objetivo: Ajudar os formandos a avaliar os benefícios e os riscos das tecnologias de vigilância nas escolas, analisando cenários do mundo real
Duração: 40 minutos
Materiais necessários: Estudos de caso pré-escritos sobre monitorização de exames com recurso a IA e controlo de assiduidade por reconhecimento facial

Implementação:

Dividir os formandos em pequenos grupos de debate

  • Dividir os formandos em pequenos grupos de debate. Atribua a cada grupo um estudo de caso de vigilância:
    • Grupo 1: Monitorização de exames online com recurso a IA
    • Grupo 2: Controlo de assiduidade por reconhecimento facial

Estudo de caso 2: Monitorização de exames online com recurso a IA

  • Na Greenwood High School, um sistema de controlo remoto de exames baseado em IA começou a assinalar os formandos por “comportamento suspeito”:
    • a Lena foi marcada pelo movimento frequente dos olhos para longe do ecrã
    • o Javier, um aluno bilingue, foi assinalado por murmurar perguntas em voz alta, o que foi mal interpretado como batota
    • A Joana, uma aluna com TDAH, foi assinalada por excesso de movimento, o que atrasou os seus resultados
  • Os formandos assinalados foram submetidos a uma revisão manual, o que causou stress e atrasos

Questões para debate para o Grupo 1:

  • Que preocupações em matéria de privacidade surgem com a monitorização de exames através da IA?
  • Como é que o preconceito da IA pode afetar diferentes grupos de estudantes?
  • Deve ser necessária uma supervisão humana a par do controlo da IA?
  • Como é que as escolas podem equilibrar a segurança e a equidade nas avaliações à distância?

Estudo de caso 3: Controlo de assiduidade por reconhecimento facial

  • Estudo de caso 3: Controlo de assiduidade por reconhecimento facial
  • Surgiram problemas:
    • os gémeos idênticos eram frequentemente identificados de forma errada, marcando-os como ausentes
    • os formandos com tons de pele mais escuros referiram problemas de exatidão devido a preconceitos
    • alguns estudantes sentiram-se desconfortáveis por estarem constantemente a ser observados, o que suscitou preocupações de privacidade.
  • A direção da escola defendeu o sistema, invocando a eficiência e a segurança

Questões para debate no Grupo 2:

  • Que direitos de privacidade têm os estudantes relativamente ao reconhecimento facial?
  • Como é que os preconceitos algorítmicos podem afetar o controlo da assiduidade?
  • Os formandos e os pais devem ter uma palavra a dizer na utilização desta tecnologia?
  • Como podem as escolas garantir uma aplicação justa e correta?

Apresentações em grupo e debate na aula.

  • Os grupos apresentam as suas conclusões, destacando:
    • preocupações éticas com as tecnologias de vigilância
    • potenciais benefícios de segurança da monitorização baseada em IA
    • recomendações para equilibrar a privacidade e a segurança nas escolas
  • A turma participa num debate em grupo:
    • Que instrumentos de vigilância são justos ou injustos?
    • Como é que as escolas podem desenvolver políticas éticas?
    • Que direitos devem ter os estudantes em matéria de privacidade?

Resultados esperados:

  • Analisar os desafios éticos das tecnologias de vigilância
  • Explorar formas de reduzir os preconceitos e melhorar a equidade nos sistemas de controlo
  • Compreender como equilibrar a segurança, a privacidade e a transparência no contexto escolar

Responsible innovation

A IA e as tecnologias emergentes oferecem possibilidades interessantes, mas devem ser concebidas tendo em conta a equidade, a inclusão e as considerações éticas. Se as ferramentas de IA forem desenvolvidas sem considerar diversas perspetivas, podem involuntariamente causar danos, como assistentes de voz que têm dificuldade em reconhecer sotaques ou ferramentas de contratação de IA que favorecem certos candidatos em detrimento de outros. Estas questões realçam a necessidade de uma inovação ética que dê prioridade à responsabilização e à responsabilidade social. Um debate abrangente sobre as implicações éticas e os desafios da IA nas escolas pode ser encontrada no artigo da Universidade de Illinois https://education.illinois.edu/about/news-events/news/article/2024/10/24/ai-in-schools–pros-and-cons#:~:text=Concerns%20with%20AI%20in%20education,maintaining%20AI%20technologies%20in%20schools.

Os formandos devem ser encorajados a refletir criticamente sobre quem beneficia dos sistemas de IA e quem pode ser excluído. Os debates na sala de aula devem centrar-se na forma como as ferramentas de IA podem ser concebidas para serem mais justas e no papel que a responsabilidade desempenha na inovação ética. Em vez de se limitarem a aprender sobre a ética da IA em teoria, os formandos devem participar ativamente na conceção das suas próprias soluções de IA que respondam aos desafios do mundo real, garantindo simultaneamente a equidade e a inclusão.

Debate em grupo: Equilíbrio entre inovação e ética nas tecnologias emergentes

Objetivo: Ajudar os formandos a avaliar as implicações éticas das tecnologias emergentes e a desenvolver orientações responsáveis
Duração: 45-60 minutos
Materiais necessários: Estudo de caso sobre reconhecimento facial nas escolas, sugestões para debate, papel de carta ou ferramentas de colaboração digital

Cenário: Reconhecimento facial nas escolas

Um agrupamento planeia instalar câmaras de reconhecimento facial para melhorar a segurança e automatizar a assiduidade. No entanto, surgem preocupações:

  • riscos para a privacidade - os formandos e os pais sentem-se incomodados com a monitorização constante;
  • preconceito e equidade - a investigação revela potenciais imprecisões para determinados grupos raciais e étnicos;
  • transparência e segurança - os pais questionam a forma como os dados dos formandos são armazenados e quem pode aceder aos mesmos.

Implementação:

  • Discutir os potenciais benefícios e riscos do reconhecimento facial nas escolas
  • Dar exemplos do mundo real e pedir aos formandos para refletirem criticamente sobre questões éticas
  • dividir os formandos em grupos, cada um representando um stakeholder (formandos, professores, pais, administradores escolares, criadores de tecnologia).
  • Os grupos debatem:
    • Violações da privacidade - É necessário o consentimento do estudante?
    • Segurança versus vigilância - Será que isto torna as escolas mais seguras?
    • Riscos de preconceito - Alguns grupos poderão ser afetados injustamente?
    • Responsabilidade - Quem é responsável pela proteção de dados?
  • Os grupos propõem regras de equidade, transparência, privacidade e responsabilidade para as políticas de vigilância das escolas
  • Cada grupo apresenta recomendações, seguidas de um debate na turma sobre soluções alternativas

Resultados esperados:

Resultados esperados:

Objetivo: Incentivar os formandos a avaliar criticamente o impacte social das tecnologias emergentes
Duração: 40 minutos
Materiais necessários: Estudos de caso ou artigos curtos sobre novas tecnologias (e.g. IA, RV, gamificação)

A tecnologia está a avançar rapidamente, mas nem todos beneficiam da mesma forma. Algumas inovações resolvem grandes desafios, enquanto outras criam danos não intencionais ou deixam determinados grupos para trás. Considere-se uma empresa que desenvolve sistemas de contratação baseados em IA. A empresa afirma que o seu sistema elimina os preconceitos. Mas, mais tarde, as investigações revelam que os seus dados favoreciam os candidatos de origens privilegiadas, levando à discriminação de mulheres e minorias.

Implementação:

Dividir os formandos em pequenos grupos e atribuir a cada grupo uma tecnologia diferente com preocupações éticas, por exemplo:

  • Sistemas de contratação baseados em IA (impacte na diversidade e nos preconceitos)
  • Realidade virtual na educação (benefícios versus efeitos psicológicos)
  • Algoritmos das redes sociais (envolvimento versus desinformação)
  • Automóveis autónomos (segurança versus deslocação de postos de trabalho)

Cada grupo discute:

  • Quem beneficia com esta tecnologia?
  • Quem poderá ser prejudicado ou excluído?
  • Como podem as preocupações éticas ser tidas em conta na sua conceção?

Os grupos apresentam a sua análise, seguida de um debate com toda a turma sobre inovação responsável.

Resultados esperados:

  • Desenvolver aptidões de pensamento crítico sobre ética tecnológica
  • Aprender a avaliar quem ganha e quem perde com os avanços tecnológicos

Examinar a parcialidade das ferramentas de classificação baseadas em IA
Na Green Valley High School, os formadores adotaram um sistema de classificação baseado em IA para simplificar as avaliações. No entanto, os formandos notaram inconsistências, com certos grupos a receberem notas mais baixas apesar de um desempenho semelhante. Um formador transformou esta questão numa oportunidade de aprendizagem, envolvendo os formandos na análise da forma como o enviesamento algorítmico poderia afetar a equidade. Em conjunto, exploraram a ética da IA e desenvolveram diretrizes para uma utilização equitativa destas tecnologias.

Objetivo
Capacitar os formandos para:

compreender as implicações éticas das ferramentas de IA na educação;

avaliar criticamente o enviesamento algorítmico e o seu impacte social;

colaborar em estratégias para garantir a equidade e a responsabilização nas aplicações de IA.

Implementação
Os formandos debatem casos reais de parcialidade da IA, analisam a ferramenta de classificação da sua escola e propõem melhorias. Através de atividades e reflexões colaborativas, desenvolvem diretrizes práticas para a utilização ética da IA, promovendo a justiça e a responsabilidade na educação digital.

Perguntas de reflexão

  1. Se tivesse a tarefa de melhorar a classificação baseada em IA, que orientações ou salvaguardas proporia?
  2. Que lições deste estudo de caso podem ser aplicadas a outras ferramentas alimentadas por IA, como algoritmos de contratação ou sistemas de reconhecimento facial?
  3. Que responsabilidades éticas têm os programadores quando concebem a IA para uso educativo?

Que medidas podem ser tomadas para tornar a classificação baseada em IA mais transparente e responsável?

Resumo

O módulo dota os formadores com aptidões e conhecimentos essenciais para promover um comportamento digital ético entre os formandos, preparando-os para um envolvimento responsável nos espaços digitais. Aborda tópicos críticos como a privacidade digital, a cibersegurança, a desinformação, a ética da IA e o impacte social das tecnologias emergentes. Os participantes adquirem a capacidade de lidar com dilemas éticos, aplicar quadros globais como o RGPD e ensinar os formandos a analisar criticamente e a utilizar de forma responsável as ferramentas digitais.

Os formadores desenvolverão conhecimentos básicos e aptidões práticas para ensinar ética digital de forma eficaz. Incluem a compreensão dos princípios éticos fundamentais, a gestão dos riscos de cibersegurança, a abordagem dos preconceitos algorítmicos e a promoção da equidade digital. Ao alcançar estes resultados, os formadores ficam habilitados a orientar os formandos no desenvolvimento do pensamento crítico e na tomada de decisões responsáveis em ambientes digitais.

Principais resultados de aprendizagem

Conhecimento: explorar os princípios da ética digital, as normas globais como o RGPD e as implicações das tecnologias emergentes na educação.

Aptidões: conceber atividades interativas, fomentar a consciência ética e aplicar políticas que promovam uma utilização segura e responsável das tecnologias.

Através de atividades estruturadas, debates reflexivos e estudos de casos reais, este módulo fornece aos formadores as ferramentas necessárias para criar uma cultura de responsabilidade digital nas salas de aula e não só.

Questionário de autoavaliação

Teste a sua compreensão: Práticas digitais éticas

Glossário

O estudo e a prática de garantir comportamentos, princípios e práticas éticos em ambientes digitais, abordando questões como a privacidade, o consentimento, a justiça e a responsabilidade.

Uma declaração ou documento legal que descreve a forma como uma organização recolhe, utiliza, gere e protege os dados pessoais dos seus utilizadores.

A prática de proteger sistemas, redes e dados contra ciberameaças e acessos não autorizados para garantir a segurança e a integridade.

Resultados injustos resultantes de enviesamentos incorporados nos algoritmos ou conjuntos de dados utilizados nos sistemas de Inteligência Artificial (IA).

Registo das atividades online de uma pessoa, incluindo o histórico de navegação, as interações nas redes sociais e quaisquer dados partilhados online.

Quadro jurídico estabelecido pela União Europeia para a proteção de dados e privacidade, que fornece orientações para as organizações que lidam com dados pessoais.

Capacidade de utilizar a tecnologia digital e a Internet de forma responsável, segura e ética.

Processo de conceção e implementação de tecnologias que sejam inclusivas, sustentáveis e éticas, minimizando os danos e maximizando os benefícios para a sociedade.

Bibliografia e referências

Funded by the European Union. Views and opinions expressed are however those of the author(s) only and do not necessarily reflect those of the European Union or the European Education and Culture Executive Agency (EACEA). Neither the European Union nor EACEA can be held responsible for them. Project number: 2023-1-NO01-KA220-ADU-000151380 

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