Este módulo tem como objetivo abranger um vasto leque de aptidões e conhecimentos necessários aos formadores sobre aptidões essenciais em literacia mediática para que possam ajudar os formandos a compreender, analisar e interagir eficazmente com várias formas de media. Promove o pensamento crítico e as capacidades analíticas, ajudando os formadores a capacitar os formandos a navegar nos media de forma responsável e refletida.
Ao concluírem este módulo, os formandos adquirem os conhecimentos e as aptidões seguintes:
Conhecimento
Aptidões:
Este tópico explora a variedade de fontes de media disponíveis, incluindo plataformas tradicionais e digitais, e explica como avaliar a sua credibilidade.
Este tópico fornece informações sobre as técnicas comuns utilizadas para manipular os conteúdos dos media e os motivos subjacentes a essas práticas.
Este tópico promove aptidões para avaliar criticamente as mensagens dos media e aplicar os princípios da literacia mediática em situações do quotidiano.
No final deste módulo, será capaz de:
Para otimizar a sua aprendizagem neste módulo, comece por compreender os vários tipos de media e avalie a sua credibilidade. A seguir, aprenda sobre as táticas de manipulação comuns através de exemplos do mundo real e termine aplicando diretrizes para avaliar criticamente o conteúdo dos media.
Para melhorar a sua aprendizagem, participe em debates e atividades com outros, explore os sites fornecidos para obter informações mais aprofundadas e, após cada secção, considere como aplicar o que aprendeu na prática.
Imagine um jovem estudante chamado Alexandre, que se depara com um vídeo viral que afirma que uma celebridade local está envolvida num escândalo chocante. Sem questionar a sua autenticidade, Alex partilha o vídeo com os seus amigos, provocando rumores em toda a escola. Mais tarde, descobre-se que o vídeo foi fortemente editado e retirado do contexto. Este incidente realça a importância da literacia mediática na atual era digital, onde a informação espalha-se rapidamente e pode facilmente induzir em erro.
Através deste módulo, os formadores aprenderão a ajudar formandos como o Alexandre a questionar a credibilidade da informação, a reconhecer táticas de manipulação e a pensar criticamente antes de partilhar. Dotados destas aptidões, os jovens tornar-se-ão consumidores informados dos media, capazes de navegar online de forma responsável e de contribuir positivamente para as suas comunidades.
Esta história sublinha a necessidade urgente de uma educação para a literacia mediática.
Q1. Que medidas poderia Alexandre ter tomado para verificar a autenticidade do vídeo antes de o partilhar?
Q2. Quais são as potenciais consequências, tanto pessoais como sociais, da disseminação de desinformação online?
Q3. Como é que os formadores podem ajudar os jovens a desenvolver aptidões de pensamento crítico para reconhecer e contestar conteúdos manipulados?
Nesta secção, exploramos o panorama das fontes dos media, que podem geralmente ser classificadas em dois grupos principais: os media tradicionais e os digitais.
Inclui jornais, revistas, rádio e televisão. Historicamente, os media tradicionais têm sido considerados mais credíveis devido às normas editoriais e à ética jornalística. São frequentemente submetidos a processos rigorosos de verificação e validação de factos antes da publicação. No entanto, os leitores devem abordar estas fontes com um olhar crítico, uma vez que podem existir preconceitos dependendo da inclinação editorial.
Inclui plataformas de redes sociais (como o Facebook, X e Instagram), blogues, podcasts e sites de notícias online. Os media digitais permitem a rápida disseminação de informações, mas muitas vezes não têm os controlos editoriais que os media tradicionais normalmente têm. Embora estas plataformas ofereçam meios para uma maior variedade de vozes, também aumentam o risco de desinformação, uma vez que qualquer pessoa pode publicar conteúdos sem uma supervisão substancial.
Compreender a distinção entre estes tipos de media é apenas o começo. Avaliar a sua credibilidade requer uma abordagem sistemática. Os principais fatores a considerar são os seguintes:
investigue quem criou o conteúdo. Trata-se de um jornalista conceituado, de um especialista na área ou de uma fonte anónima? As fontes credíveis têm normalmente colaboradores identificáveis com conhecimentos relevantes;
a relevância da informação pode mudar com o tempo. Verifique sempre se o conteúdo está atualizado, especialmente em temas de rápida evolução como a saúde, a política ou a tecnologia;
familiarize-se com a reputação da fonte. As organizações conceituadas têm frequentemente normas editoriais rigorosas. Tenha cuidado com as fontes com um historial de sensacionalismo ou inexatidão;
os artigos credíveis referem geralmente outras fontes ou estudos fiáveis. Verificar se as afirmações são apoiadas por organizações ou peritos reputados.
avalie se o conteúdo apresenta uma visão equilibrada ou se é tendencioso. Reconhecer o tom, a linguagem e a perspetiva pode ajudar a identificar quaisquer agendas subjacentes.
Para ilustrar o processo de avaliação, considere o exemplo de uma alegação relacionada com a saúde encontrada num blogue famoso por oposição a um artigo de jornal com revisão por pares. O blogue pode utilizar uma linguagem dramática para promover uma suposta cura milagrosa, mas carece de citações. Em contraste, o artigo de jornal, escrito por profissionais médicos e publicado numa revista de renome, apresenta resultados de um estudo bem estruturado. Ao avaliarem estas fontes de forma crítica, os formandos podem distinguir entre informação credível e afirmações sensacionalistas.
Como identificar notícias falsas:Estes dois guias oferecem dicas práticas para avaliar as fontes dos media e identificar a desinformação.
MC-VIEW: Este é um projeto Erasmus+ que se foca no aumento da literacia mediática, promovendo o visionamento crítico através de uma plataforma de aprendizagem online.
Tarefa: Escolher, através de várias fontes, uma notícia atual (e.g. um jornal tradicional, uma plataforma online popular e as redes sociais). Para cada fonte, aplique os critérios de avaliação da credibilidade mencionados anteriormente.
Em pequenos grupos, discutam as vossas descobertas e partilhem as vossas avaliações. Esta atividade promove o pensamento crítico e o debate entre os formandos, reforçando a importância de compreender as fontes dos media.
Nesta secção aprofundamos as várias técnicas utilizadas para manipular o conteúdo dos media. É crucial compreender estas táticas para que os formandos reconheçam como a informação pode ser distorcida e deturpada. As técnicas mais utilizadas são:
refere-se à forma como a informação é apresentada de modo a influenciar a perceção. Ao realçar certos aspetos de uma história e ao minimizar outros, quem escreve o artigo pode moldar a forma como o público interpreta a informação. Por exemplo, a cobertura de um protesto pode enquadrá-lo como uma "revolta violenta" ou como uma "manifestação pacífica", conduzindo a diferentes reações do público.
o sensacionalismo consiste em exagerar ou realçar aspetos chocantes de uma história para atrair a atenção. Esta técnica é frequentemente utilizada no jornalismo tabloide, onde os títulos podem sugerir afirmações drásticas. Embora as histórias sensacionalistas possam gerar cliques e visualizações, muitas vezes sacrificam a exatidão em prol do entretenimento, levando a perceções distorcidas da realidade.
esta técnica envolve a edição de conteúdos áudio ou vídeo para enganar os espetadores. Um exemplo comum é retirar citações do contexto, em que as palavras de um orador podem ser utilizadas para transmitir um significado completamente diferente do pretendido. Por exemplo, um excerto editado de uma entrevista pode mostrar que alguém apoia uma opinião controversa quando estava a criticá-la.
a propaganda é uma informação, muitas vezes tendenciosa ou enganosa, utilizada para promover uma causa política ou um ponto de vista. Pode assumir muitas formas e ser disseminada através de vários media, incluindo anúncios publicitários, anúncios políticos e campanhas nas redes sociais. Reconhecer a propaganda é vital para compreender como as narrativas podem ser elaboradas para influenciar a opinião pública.
Os motivos comuns subjacentes à manipulação dos media incluem:
os media podem favorecer pontos de vista políticos específicos, influenciando a forma como a informação é apresentada. este facto pode levar a uma informação tendenciosa que serve interesses específicos e não o bem público;
os anunciantes influenciam frequentemente a forma como as histórias são relatadas. por exemplo, uma publicação pode minimizar as notícias negativas sobre uma empresa que faz publicidade com ela para manter uma relação positiva;
os diferentes media podem ter preconceitos inerentes com base nos seus proprietários ou na direção editorial. o reconhecimento destes preconceitos ajuda os formandos a avaliar criticamente a informação que consomem.
Para ilustrar estes conceitos, considere-se um segmento noticioso sobre as alterações climáticas. Um segmento pode enquadrar a atividade humana como a causa principal e apresentar, sem crítica, os contra-argumentos dos negacionistas das alterações climáticas. Esta edição seletiva promove o mal-entendido. Outro exemplo poderia ser uma manchete sensacionalista que afirma “Cheias catastróficas a chegar!”, podendo provocar o pânico em vez de fornecer contexto sobre as tendências climáticas.
Como funciona a desinformação: Série de vídeos do Parlamento Europeu que ensinam como detetar e combater a desinformação.
Proteja-se da desinformação: Uma página da Comissão Europeia com dicas e recursos para o ajudar a evitar a desinformação e espalhá-la involuntariamente.
Orientações para professores e formadores sobre o combate à desinformação e a promoção da literacia digital através da educação e da formação - Comissão Europeia
Os motivos comuns subjacentes à manipulação dos media incluem:
Tarefa: Escolher um artigo ou um vídeo de um meio de comunicação conhecido pelo sensacionalismo ou pela parcialidade e identificar as técnicas de manipulação utilizadas.
Passos:
Em grupos, partilhem a vossa análise, debatendo a forma como o reconhecimento destas técnicas pode moldar uma resposta mais informada ao que consomem e partilham.
Esta seção foca-se na aptidão essencial de avaliar criticamente os conteúdos dos media, o que implica uma abordagem sistemática da análise da informação, permitindo aos formandos distinguir entre fontes credíveis e desinformação. Os principais passos para uma análise crítica eficaz são:
incentivar os formandos a fazerem perguntas fundamentais sobre os media que consomem. Quem criou o conteúdo? Qual é o seu objetivo? Que provas sustentam as afirmações que estão a ser feitas? Esta mentalidade inquisitiva estabelece as bases para uma análise mais profunda;
fatores como o momento, a localização geográfica e os antecedentes culturais podem afetar a forma como uma história é relatada e percebida. Os formandos devem ter em conta estes elementos contextuais ao avaliarem as mensagens dos media;
ensinar aos formandos a diferença entre o pensamento binário (ver a informação como estritamente "certa" ou "errada") e o pensamento crítico (aceitar as nuances e a complexidade). As questões do mundo real envolvem múltiplas perspetivas e ser capaz de o compreender é essencial para uma tomada de decisão informada.
Para facilitar a avaliação crítica dos conteúdos mediáticos, pode-se adotar diretrizes, quadros ou ferramentas práticas de literacia mediática já estabelecidos. Neste tópico, apresentamos dois modelos: o CARS e o SIFT.
CARS - Este acrónimo significa, em inglês, Credibility, Accuracy, Reasonableness e Support:
SIFT - Este acrónimo significa, em inglês, Stop, Investigate, Find Better Coverage e Trace Claims, e incentiva os formandos a:
Depois de compreenderem as técnicas de avaliação, os formandos podem aplicar estas aptidões em situações do quotidiano. Desde publicações nas redes sociais a notícias e anúncios publicitários, a avaliação crítica pode ser praticada em vários contextos. Alguns cenários são:
incentivar os formandos a olhar para as publicações virais com ceticismo. Antes de partilharem, devem avaliar a fonte e verificar a credibilidade da afirmação;
ao lerem notícias, os formandos podem utilizar o modelo CARS para avaliarem criticamente a informação apresentada e compreenderem quaisquer preconceitos inerentes;
ensinar os formandos a avaliar os anúncios de forma crítica, discernindo entre conteúdos informativos e táticas persuasivas destinadas a manipular emoções ou perceções.
Considere uma notícia recente, relacionada com saúde, relativa a um novo suplemento dietético. Usando o modelo CARS, os formandos podem descobrir problemas com a credibilidade da fonte, tais como a falta de experiência em nutrição do autor e a ausência de estudos revistos por pares. Isto permite que os formandos reconheçam argumentos erróneos.
Os motivos comuns subjacentes à manipulação dos media incluem:
EUfactcheck.eu: Este site combate a desinformação sobre políticas e assuntos europeus. Estudantes de jornalismo de toda a Europa verificam as afirmações feitas por políticos, e outros, e classificam-nas.
Vera.ai: Trata-se de um projeto europeu de investigação e desenvolvimento focado na análise da desinformação e em ferramentas e serviços de verificação apoiados por IA.
Tarefa: Efetuar uma avaliação crítica de uma notícia atual utilizando os modelos CARS ou SIFT.
Passos:
Em grupos, apresentem as suas conclusões e discutam de que forma estas aptidões em análise crítica podem ajudar os formandos a tomar decisões informadas e a navegar melhor no panorama dos media. Incentivem o diálogo sobre a importância destas aptidões na promoção de um consumo responsável dos media.
Numa época em que a desinformação abunda, é essencial promover a literacia mediática entre os jovens.
Este módulo disponibilizou aos formadores as ferramentas para dotar os formandos das aptidões necessárias para avaliar criticamente os conteúdos dos media, compreender as técnicas de manipulação e aplicar os princípios da literacia mediática na sua vida quotidiana.
Tornando-se consumidores informados e perspicazes dos media, os formadores podem formar uma geração capaz de navegar de forma responsável pelas complexidades do panorama mediático.
Com atividades práticas, recursos interessantes e uma ênfase na aplicação no mundo real, esta formação reforça as aptidões dos formadores para aplicarem uma educação significativa em matéria de literacia mediática.
Através deste módulo, os formadores aprenderão a ajudar formandos como o Alexandre a questionar a credibilidade da informação, a reconhecer táticas de manipulação e a pensar criticamente antes de partilhar. Dotados destas aptidões, os jovens tornar-se-ão consumidores informados dos media, capazes de navegar online de forma responsável e de contribuir positivamente para as suas comunidades.
Esta história sublinha a necessidade urgente de uma educação para a literacia mediática.
As diferentes formas e canais através dos quais a informação é divulgada ao público. Inclui os media tradicionais (como os jornais, a rádio e a televisão) e os media digitais (como as redes sociais, os blogues e os sites de notícias online). Cada tipo tem as suas próprias caraterísticas, padrões de credibilidade e métodos de envolvimento do público.
Estratégias utilizadas para influenciar ou distorcer a apresentação e a perceção da informação. As técnicas mais comuns incluem o enquadramento (moldar a forma como as notícias são apresentadas), o sensacionalismo (exagerar elementos para atrair a atenção), a edição seletiva (induzir em erro através da alteração do contexto) e a utilização de desinformação (difundir conteúdos falsos ou enganadores de forma intencional ou não intencional).
Analisar a informação para avaliar a sua credibilidade, exatidão e fiabilidade. Este processo inclui o escrutínio da autoria, data de publicação, reputação da fonte, provas fornecidas e potenciais preconceitos, permitindo que os indivíduos façam juízos informados sobre o conteúdo que consomem e partilham.
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